ABONO PARA PROFESSORES - BÔNUS OU ÔNUS?

Já é outubro e certamente os profissionais do magistério municipal receberão "presentes" no final do ano: os famosos "abonos". Analisando até agora as transferências de recursos do FUNDEB para os cofres da Prefeitura de Camocim, e mediante conversas com os nossos representantes no CACS (Conselho Municipal do FUNDEB), dá para entendermos que teremos uma boa sobra da verba, possibilitando assim um gordo rateio para logo mais. No ano de 1998, o município de Camocim criou a Lei nº 644/98, que trata da concessão de abono provisório aos profissionais do magistério. A lei veda a incorporação do abono para:

1. A remuneração do professor; 

2. A aposentadoria; 

3. Ao 13º salário; 

4. As férias

5. Para incidência sobre qualquer gratificação. 

Mesmo assim, apesar de muitos (ou todos) fazerem grande festa quando os pagamentos são divulgados nos carros de som, esse "benefício" há muito tempo tem sido combatido pelo Sindicato APEOC. Afinal, entendemos (nós e o MEC) que a prática só traz prejuízo ao futuro dos docentes. Quando o professor recebe o abono a sensação inicial é de alegria, mas basta o mesmo afastar-se do trabalho e ficar dependendo de um auxílio-doença, para logo perceber que aquele valor recebido agora está fazendo falta, já que não foi informado um só centavo dele para o INSS. E quando formos nos aposentar, então! Imagine que todos os valores que você já recebeu (e receberá) em forma de abono, nunca produzirão qualquer benefício para quando você realmente precisar! Nessa hora é que virá a decepção - tudo porque as verbas do FUNDEB não foram aplicadas integralmente em forma de salário, segundo recomenda o MEC. Por isso, pare e pense: O abono pago aos profissionais do magistério municipal é um bônus ou um ônus?

Postado: Neudson Carvalho

Imagem: Google